quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Soneto da verdade

Pode ser bela ou não
As vezes dói em mais de um
Pode ser súbita ou não
Mas sempre será pura, comum

Pode vir de um amigo
Em uma hora inconveniente
Pode vir de um inimigo
A qualquer hora, veemente

As vezes são simples, singelas
Fáceis de superar
Mas nos vemos nus, donzelas

Há quem tema a verdade dura
Até mais que da polida mentira
Mas a verdade continua intacta, pura

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Caleidoscópio


Não chore. Não grite. Não caia.
Não se perca. Não se arrependa.
Não viva por viver. Não morra. Não lute por lutar. Não desista.
Não entenda simplesmente, e não tente simplesmente entender.
Não ame por amar. Não mude pelos outros.

Chore de alegria. Grite de empolgação. Caia sempre nos braços da pessoa amada.
Perca-se para se achar. Arrependa-se apenas do que não fez.
Não viva sem razão. Não morra sem ter vivido. Não lute se não for por alguém ou algo em que você acredite. Não desista de nada se essa não for a SUA  vontade.
Ame-se antes de amar outra pessoa. Não mude sua essência, evolua seu ser. Não entenda o que não tem explicação e não tente entender essas minhas palavras que são apenas a sombra de uma confusão.  

sábado, 13 de agosto de 2011

Soneto da missão



Mesmo o ar com seu domínio
Chega aos pés do meu sentimento
Que neste onipresente fascínio
Faz me lembrar todos os seus movimentos

Sou tomada pela lembrança,
Seu cítrico cheiro meu envolve docemente,
E quando me vem com esses olhos mansos,
Me fazes tremer enlouquecidamente.

Minhas pernas só sabem seu caminho seguir,
Meus braços curtos almejam te encontrar,
E meus batimentos só pedem a ti.

Dura e doce missão de te amar
Razão e emoção podem coexistir,
E nós nos encontraremos na bera do mar.



By lais e gabriel

Soneto dos desejos



Preces de melhoras, nas penumbras da madrugada
Pedidos feitos à estrela, numa noite fresca
Pensamentos repetidos na calada
Palavras que ecoam no infinito da mente

Desejos que tomam a alma e o corpo
Dançam em nossas veias, como cavalos na chuva
E com um fino véu , já não sabemos
Se conseguimos nosso sonho, ou a realidade apenas não vemos

Tão diferentes formas e razões
Mas na essência são todas irmãs
Vontades supremas , nada sãns

Só posso concluir
O que talvez você não esteja pronto para saber
Desejos são apenas sonhos que ainda estão por vir



domingo, 7 de agosto de 2011

Soneto para os meninos



Correndo nas campinas, longe do quintal
Se aventurando em brejos como heróis
Protegendo o irmão como um guerreiro
Essa é a rotina de um menino arteiro

Suas artes escondem mais que a travessura
Correndo pelas campinas, chutando as pinhas
Arrancando tudo do lugar, para só no jantar voltar
E ao chegar cheio de lama traz flores pra mãe que o chama

Querido menino, cultive sua coragem
Viva na sua bondade 
E que os anos não a tirem de você

Continue sonhando e lutando
Mesmo que as dificuldades mudem
Se supere todos os dias , como seu herói faria


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

"Pobre Alphonsus"


Entre brumas, ao longe, surge a aurora.
O hilalino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho.
Aparece,na paz do céu risonho,
Toda branca de Sol.
E o sino canta em lúgubres responsos

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Soneto para as meninas


Doce menina que sofre
Pela imaturidade do menino
Que timidamente esconde-se atrás de uma flor
Por não saber o que fazer

Inocente menina que vive sua fantasia
Em suas brincadeiras de boneca
Onde cria fantásticas realidades
Onde ela é princesa 

Querida menina cheia de encantos
Alegria da avó
Orgulho dos pais

Amada menina cheia de luz
Com seu sorriso de amor
E sua risada de alegria



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Anjo de ódio


Anjo de ódio
Solitário é e sempre será
Pois afasta todos a sua volta 
Como afasta-se de si mesmo

Anjo de ódio
Não sente amor, só rancor
Não sente pena, a não ser de si mesmo
Não se sente falso, mas julga assim os outros

Anjo de ódio
Sempre se acha superior
Mesmo ciente de que sua real morada
É um fundo de poço

Anjo de ódio
Que por ser ignorado
Exala veneno pelas ventas
E se julga vítima só para poder 'justificar' seu ódio

Anjo de ódio
Que esconde sua maldade
Atrás de uma vingança sem sentido
Que se julga, ofendido

Anjo de ódio
Que acha não ser possível existir felicidade
Que acha segunda chance, bobagem
Adora julgar, odeia ser julgado

Anjo de ódio
Não acreditas em segundas chances?
Então por que vives implorando por uma?
Não percebes que com deu ódio, amarra uma corda no próprio pescoço?

Anjo de ódio
Que ignora a maldade em si
Mas a vê nos outros
E julga isso ser a justiça

Anjo de ódio
Que ameaça em vão
Tanto ódio, tanto rancor, em vão
Não percebes que não funcionará

Anjo de ódio
Quem luta por egoísmo, perde
Quem tem amor e amigos, vence
Quem tem veneno nas presas, morre mordendo a língua

Anjo de ódio
Não fara mal a ninguém, só a você mesmo
Não atingirá quem tem amor, quem é sincero
Não assustará ninguém, pois tem pena de você

Anjo de ódio
Iludes a si mesmo com esperança de causar dor
Ninguém vence o amor
Ninguém vence o bem

Anjo de ódio
Para com esse ódio
Saia de seu pútrido aconchego
Ou afunde-se nele, calado